À medida que o sol nasceu na manhã de 1º de novembro de 1755, a cidade de Lisboa reluzia sob um céu limpo. Multidões de pessoas se dirigiram às grandes catedrais para observar o Dia de Todos os Santos, uma ocasião importante para a comunidade católica. Mal sabiam eles que suas vidas estavam prestes a serem para sempre alteradas.
Por volta das 9h40, um terremoto violento abalou a tranquilidade da cidade. O solo convulsionou à medida que três poderosos choques sacudiram Lisboa até o seu âmago. O segundo choque, com uma magnitude estimada de 8.5, desencadeou uma devastação sem igual em sua ferocidade.
As majestosas catedrais, símbolos de fé e grandiosidade, desmoronaram em pilhas de destroços, enterrando milhares de fiéis. Ruas se abriram, engolindo prédios inteiros, enquanto incêndios provocados por velas e destroços em chamas envolveram a cidade em um inferno ardente.
Apesar dos esforços bravos das brigadas de baldes, os incêndios se espalharam incontrolavelmente por cinco dias, consumindo mais de dois terços de Lisboa. O ar espesso de fumaça e cinzas, aqueles que fugiam buscavam refúgio ao longo da orla, apenas para serem atingidos por uma série de tsunamis.
Em questão de minutos, ondas monstruosas varreram pelo porto e inundaram a cidade, tirando vidas e lares em seu avanço implacável. O mar, antes sereno e distante, transformou-se em um inimigo implacável, arrastando sobreviventes e destroços para o seu abraço frio.
Ao final da catástrofe, de 30.000 a 50.000 almas pereceram somente em Lisboa, deixando para trás uma cidade em ruínas e uma população enlutada. Conforme as ondas recuaram, revelando as cicatrizes da destruição, os sobreviventes lidaram com a enormidade da tragédia que se abateu sobre sua outrora próspera metrópole.