Centenas de pessoas participaram de uma marcha em Lisboa, organizada pelo Movimento Vida Justa, um movimento que surgiu das consequências da crise habitacional do país. O movimento se descreve como “a maioria” que não quer mais ser “invisível” ou “silenciosa”. Como o chamado para a demonstração enfatizou: “Somos a maioria. E é hora de muitos fazerem suas vozes serem ouvidas. A injustiça persiste por causa de nosso silêncio. Vamos tomar a palavra e exigir políticas justas que promovam a igualdade: todos temos o direito a uma vida justa, merecemos isso todos os dias que trabalhamos, e os jovens merecem um futuro melhor”1.
As principais demandas eram “uma casa para morar, transporte para todos e aumentos salariais”. A demonstração também foi destinada como um aviso “contra a repressão policial nos bairros” e por um fim aos “aumentos de preços” que têm atingido os cidadãos desde o início do ano passado. Vários partidos de esquerda apoiaram a marcha1.
A crise habitacional em Portugal tem sido agravada por uma série de fatores. Os preços das casas em Portugal aumentaram 18,7% em 2022, o maior aumento em três décadas, e os aluguéis também aumentaram significativamente em parte devido a uma bolha imobiliária especulativa. Os baixos salários e os altos aluguéis tornam Lisboa a terceira cidade menos viável para se viver no mundo, de acordo com um estudo da CIA Landlords. A taxa de inflação de 8,3% de Portugal exacerbou o problema3.
O Movimento Vida Justa, que foi criado por pessoas que vivem nos subúrbios mais pobres de Lisboa, diz que aqueles que já eram os mais vulneráveis antes da inflação disparar foram os mais atingidos pela atual crise do custo de vida. Eles querem salários mais altos, um limite nos preços dos bens essenciais e ação governamental sobre a habitação3.